22/05/2012 9h37

Governo recorre a modelo antigo de IPI menor e mais crédito para estimular a economia

Presidente Dilma Roussef copiou a mesma estratégia adotada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2008

Veículos nos pátios das montadoras

Valdi Junior/VALOR MERCADO

O Governo Federal aposta em uma velha forma para voltar a estimular a economia brasileira. Assim como fez o ex-presidente Lula, durante a crise internacional em 2008 provocada pelos derivativos nos EUA, a presidente Dilma Roussef também copia [equivocadamente] o modelo de fomentar o mercado nacional por meio da expansão do crédito e da diminuição do IPI para automóveis. Por quê?

Porque a redução do IPI a liberação de mais dinheiro direcionado à compra de veículos vai trazer sérios problemas estrutuais e econômicos ao dia a dia do brasileiro:

1) Vai congestionar ainda mais as vias e ruas das maiores cidades do País, o que provocará desgaste social a todos que dependam se locomoverem para os seus trabalhos, seja de ônibus, seja de moto, seja de carro, seja de bicicleta. [A única exceção é para quem tem o privilégio de recursos para ir de casa ao escritório pelo ar. Para pouquíssimoos].

2) Vai deixar o cidadão brasileiro ainda mais endividado de que na pressa de adquirir um veículo zero esquece de fazer o cálculo de quanto está pagando por esse bem comprado em longas prestações. [Um bem que se diga de passagem, desvaloriza-se, e muito, ao longo de cada ano].

3) Vai aumentar a poluição nas ruas com a emissão de gás carbônico (CO2) contribuindo para o aumento do efeito estufa.

Além de comprometer a qualidade de vida do brasileiro, esse pacote é uma maneira de o governo livrar-se da obrigação de realizar uma política fiscal que culmine na redução da carga tributária e na geração de emprego sustentável. Assim, a economia começa a ganhar fôlego e a roda gira.

O que os governantes brasileiros precisam parar é de fazer políticas imediatas, e, por outro lado, cobrar mais das indústrias, em particular da indústria automobilística.

O Governo Federal precisa ter cuidado para não ficar refém da indústria automobilítica. Qualquer queixa das empresas automobilísticas espirra logo em Brasília.

O setor é fundamental na geração de emprego, mas o Brasil também tem outras coisas urgentes que estão na fila há anos à espera de uma decisão.

 

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