Valdi Junior/VALOR MERCADO
O Governo Federal aposta em uma velha forma para voltar a estimular a economia brasileira. Assim como fez o ex-presidente Lula, durante a crise internacional em 2008 provocada pelos derivativos nos EUA, a presidente Dilma Roussef também copia [equivocadamente] o modelo de fomentar o mercado nacional por meio da expansão do crédito e da diminuição do IPI para automóveis. Por quê?
Porque a redução do IPI a liberação de mais dinheiro direcionado à compra de veículos vai trazer sérios problemas estrutuais e econômicos ao dia a dia do brasileiro:
1) Vai congestionar ainda mais as vias e ruas das maiores cidades do País, o que provocará desgaste social a todos que dependam se locomoverem para os seus trabalhos, seja de ônibus, seja de moto, seja de carro, seja de bicicleta. [A única exceção é para quem tem o privilégio de recursos para ir de casa ao escritório pelo ar. Para pouquíssimoos].
2) Vai deixar o cidadão brasileiro ainda mais endividado de que na pressa de adquirir um veículo zero esquece de fazer o cálculo de quanto está pagando por esse bem comprado em longas prestações. [Um bem que se diga de passagem, desvaloriza-se, e muito, ao longo de cada ano].
3) Vai aumentar a poluição nas ruas com a emissão de gás carbônico (CO2) contribuindo para o aumento do efeito estufa.
Além de comprometer a qualidade de vida do brasileiro, esse pacote é uma maneira de o governo livrar-se da obrigação de realizar uma política fiscal que culmine na redução da carga tributária e na geração de emprego sustentável. Assim, a economia começa a ganhar fôlego e a roda gira.
O que os governantes brasileiros precisam parar é de fazer políticas imediatas, e, por outro lado, cobrar mais das indústrias, em particular da indústria automobilística.
O Governo Federal precisa ter cuidado para não ficar refém da indústria automobilítica. Qualquer queixa das empresas automobilísticas espirra logo em Brasília.
O setor é fundamental na geração de emprego, mas o Brasil também tem outras coisas urgentes que estão na fila há anos à espera de uma decisão.