Valdi Junior/VALOR MERCADO
A caderneta de poupança é a vilã responsável pelo limite de 9% da taxa Selic. Embora haja condições macroeconômicas para uma queda maior da taxa de juros abaixo do limite histórico de 8,75%, o Banco Central não poderá ser mais agressivo porque senão os investidores fogem dos títulos públicos – aplicações que financiam os gastos do Governo Federal – e migram para a poupança.
Isso poderá ocorrer porque independente da taxa de juros, a poupança tem rentabilidade de 6% ao ano garantida por lei [na época da inflação alta], acrescida da Taxa Referencial. Além do mais, a poupança é isenta do Imposto de Renda.
E tem mais: a poupança também é a aplicação do pequeno investidor, ou seja, aquele que guarda as pequenas sobras da renda do mês. Então, sobretaxar a poupança é atingir de cheio essa parcela de investidores que não veem outra alternativa além da tradicional poupança.
Então para não sobretaxar a poupança e não assustar os pequenos poupadores e nem ver a saída dos grandes investidores dos títulos públicos, a alternativa a curto prazo é limitar a queda de juros em 9%. Se baixar para a casa abaixo desse limite, a poupança torna-se a melhor aplicação do País. E o governo não quer isso porque precisa do dinheiro aplicado em títulos públicos.
A presidente Dilma Roussef já se conformou e achou essa a melhor medida. Agrada a gregos e troianos [por enquanto].