26/11/2019 14h28

Baseada no capital intelectual, economia criativa é a nova aposta de incentivo cultural

Das mais diversas áreas, trabalhadores autônomos movimentam a economia local

Artesã Vânia Oliveira, também reconhecida como Mestre do Patrimônio Vivo de Alagoas, vê a criatividade como uma fonte de renda

Tudo ao nosso redor é movido por ideias. Ideias que mudam o mundo e a forma como o enxergamos. A economia criativa, com o passar dos anos, vem sendo uma grande aliada nesse processo. Em Alagoas, trabalhadores autônomos das mais diversas áreas, como música, literatura, gastronomia, artesanato e audiovisual, movimentam consideravelmente a economia local.

Definida basicamente com como um conjunto de negócios baseados no capital intelectual e cultural e na criatividade que gera valor econômico, a economia criativa é um novo conceito que vem mostrando seu potencial com o passar dos anos. “Nas últimas décadas, os mercados culturais, como audiovisual, musical, artes cênicas, publicidade, patrimônio, design, entre outros, se expandiram muito, fazendo com que um novo tema entrasse na agenda dos governos, de grandes empresas e dos pesquisadores. Esse tema foi a economia criativa”, explica o sociólogo e especialista em economia criativa, Elder Maia.

Fazer da criatividade uma fonte de renda nem sempre é fácil. Pensando nisso, durante o ano de 2019, a Secretaria de Estado da Cultura de Alagoas (Secult/AL) vem trabalhando mais em políticas públicas para incentivar essa cadeia produtiva no Estado. À exemplo disso, a pasta lançou o I Circuito Criativo de Alagoas, que aconteceu em Jundiaí (SP), neste mês, e contempla mais de 60 artistas entre diversos segmentos, como música, fotografia, teatro, audiovisual, artesanato, entre outros. Ainda buscando estimular a nova forma de fazer a economia circular em Alagoas, recentemente também foi lançado o edital de Economia Criativa, contemplando o segmento gastronômico alagoano.

“A cultura é ferramenta de inclusão e desenvolvimento econômico. Por isso, o Circuito Criativo de Alagoas busca circular as diversas manifestações artísticas de Alagoas. Se trata de um intercâmbio cultural em outros estados, municípios. Uma troca de conhecimento e uma oportunidade de geração de novos negócios”, diz a secretária de cultura, Mellina Freitas.

A riqueza cultural inquestionável de Alagoas faz com que surjam todos os dias novos artistas, de todas as áreas. Trabalhar esse público dentro da Economia Criativa é um desafio que vem rendendo bons frutos. “Uma das principais características desse novo conceito é conseguir monetizar as pessoas que trabalham com a criatividade. O audiovisual, a música e o artesanato, por exemplo, são três segmentos muito fortes, pois trabalham diretamente com vendas e com recursos. É como se uma indústria de criatividade funcionasse por trás do processo”, explica o antropólogo e assessor técnico da Secult, Carlos Eduardo Ávila.

Trabalhando ativamente com o artesanato criativo, a artesã Vânia Oliveira, também reconhecida como Mestre do Patrimônio Vivo de Alagoas, vê a criatividade como uma fonte de renda e incentiva outras pessoas no ramo.   Autodidata, Vânia reconheceu sozinha sua vocação e o amor pela arte.

Segundo ela, tudo começou quando tentava criar as lembranças de aniversário de sua filha. Com o passar do tempo, entre um produto e outro, a artesã tornou a confecção de peças cada vez mais elaborada, transformando-se em um dos principais nomes do artesanato alagoano.

“Hoje vivo do que faço e também dou aula de artesanato criativo no Centro de Belas Artes de Alagoas (Cenarte). Na turma com mais de 40 alunos, muitos deles já comercializam suas peças. Isso é muito gratificante, compartilhar o que sei e ver como isso muda positivamente a vida das pessoas”, diz a Mestre.

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