27/05/2018 13h49

São José da Laje é a primeira cidade do interior a implantar Arquivo Público Municipal

Ação conta com apoio do governo por meio do Gabinete Civil e potencializa cidade como vetor da cultura e turismo

São José da Laje, a Princesa da Fronteira

Ela é conhecida na microrregião serrana dos Quilombos alagoanos como a Princesa da Fronteira. Sua atmosfera de ar límpido das serras e matas não só distribui ar puro aos nativos e turistas que a visitam. Distribui — e também respira — muita história.

Assim é o município de São José da Laje, situado na Microrregião Quilombo dos Palmares, com limites entre Santana do Mundaú, União dos Palmares, Ibateguara e Canhotinho (PE). Foi denominado como distrito de São José da Laje pela lei provincial nº 885, de 30 de junho de 1882 e elevado à categoria de cidade pela lei estadual nº 681, de 16 de junho de 1920.

Esta cidade alagoana com tantos atributos e íntima da natureza será a primeira do interior do Estado a ter um Arquivo Público Municipal, com apoio do Governo de Alagoas, por meio do Arquivo Público de Alagoas (APA). O anúncio foi feito durante o 10º Chá de Memória essa semana, no evento cultural que já faz parte do calendário da população local.

O projeto é uma iniciativa do Arquivo Público de Alagoas (APA), coordenado pelo Gabinete Civil do Estado, e que tem dado suporte para estimular os municípios alagoanos a resgatarem suas histórias e origens.

O município de pouco mais de 24 mil habitantes tem como principal vetor econômico a cultura da cana-de-açúcar através da Usina Serra Grande, além da pecuária e culturas diversificadas em pequeno porte.

Na semana que passou, a Prefeitura de São José da Laje ratificou as tratativas para a instalação do primeiro Arquivo Público Municipal do Estado fora da capital alagoana.

“São José da Laje imprime na história um marco, que é o anúncio da instalação do primeiro Arquivo Público no interior do Estado. A população lajense está de parabéns porque o apoio da prefeitura ratifica a importância dada às origens, aos valores históricos e documentais deste município”, destaca a superintendente do Arquivo Público de Alagoas, Wilma Nóbrega. A gestora representou o governo do Estado no evento e nas tratativas para implantar o equipamento cultural na cidade.

De acordo com a superintendente, já vem sendo prestada assessoria técnica quanto às diretrizes para instalação desse importante equipamento público, desde o monitoramento do espaço físico, dos materiais, recursos humanos, além da coleta de documentos junto aos órgãos e os municípios, disponibilização de treinamento quanto à organização técnica, de acordo com as normas arquivísticas e de preservação, conservação e guarda dos acervos em seus mais variados suportes.
Figuras ilustres e filhos da terra

O futuro Arquivo Público Municipal está localizado em uma área nobre da cidade, na Praça Padre Cícero. São José da Laje é conhecido por ser uma cidade de figuras ilustres. São poetas, artistas, músicos, imortais do Instituto Histórico Geográfico de Alagoas (IHGAL).

“O Arquivo Público Municipal será aberto aos lajenses, para visitas, pesquisas de alunos das escolas estaduais e municipais, porque vai resgatar diversos documentos relevantes para a história da cidade. Teremos nossa história resgatada por meio de fotos, documentos, documentários, vídeos, reportagens, jornal, histórias das quatro grandes enchentes de1914, 1941, 1969, 2010, galeria com fotos de todos os prefeitos, histórias das famílias que prestaram serviços à cidade, enfim, toda a história do povo lajense,” completa a secretária de Cultura e Turismo, Jacineide Maia.

Chá de Memória, instrumento também para novas gerações

O evento cultural e festivo que ratificou o município como primeiro do Estado a implantar um Arquivo Público ocorreu na terça-feira (23), durante o décimo Chá de Memória, na Biblioteca Pública Fernando Galvão de Pontes. O público presente foi brindado com o tema “A análise da agricultura em São José da Laje e a participação da mulher”, com o palestrante e secretário de Agricultura do município, Roger Cavalcante.

Durante o Chá, houve exposição de arquivos com nomes de famílias tradicionais da cidade, a exemplo do ex-governador de Alagoas Theobaldo Barbosa, e outras famílias importantes de berço lajense.

Para a professora Ana Paula Mendes, secretária municipal de Educação, o evento do Chá de Memória, além de propiciar uma viagem ao passado e o consequente resgate da memória do município, dá aos alunos das escolas convidadas o sentimento de pertencimento e a potencialização na divulgação do próprio município. “Nossos alunos têm se tornado multiplicadores da nossa história e cultura”, atesta.

Na última edição, com intuito de democratizar o conhecimento dos temas do evento, foram convidados alunos de três escolas municipais, cada uma com 10 estudantes. O resultado é que o espaço foi pequeno para a comodar a estudantada e os professores.

“É muito bom ver gente em pé, mas por um ótimo motivo, com ânsia de conhecer um pouco mais sobre esta terra tão querida”, completou a secretária.

Uma das divulgadoras do que viu no Chá de Memória realizado recentemente será a estudante Ingrid Raquel de Almeida, 13 anos, do 8º ano e aluna da Escola Municipal Maria do Rosário. “É uma oportunidade de ter conhecimento de minha cidade e repassar aos meus amigos”, diz a menina que mora afastada da parte central da cidade. Colega de Ingrid, a estudante Maria Gabriela, também 13 anos, ratifica a condição de divulgadora da cultura e história. “Quero aprender mais para eu mesma contar a história de minha cidade”, completa Gabriela.

 

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