06/04/2018 14h17

Consumo das Famílias aumenta 8,57% em março

Nas famílias que recebem menos de 10 salários mínimos, a elevação foi de 7,59%

Famílias maceioenses voltam a consumir mais nos últimos meses

Pesquisa sobre a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) de Maceió, realizada pelo Instituto Fecomércio AL em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismos (CNC), demonstra que entre fevereiro e março houve um acréscimo de 8,57% no volume do consumo.

As famílias que recebem menos de 10 salários mínimos (SM) aumentaram suas compras em 7,59%. Já as famílias com renda superior a 10 SM, além de superarem os 100 pontos, cresceram em 19,06% o volume de consumo.

Esse desempenho alagoano foge um pouco ao padrão nacional. O assessor econômico da Fecomércio, Felippe Rocha, ressalta que, num contexto geral, desde janeiro o consumo, a produção, a geração de emprego e a atividade industrial apresentam desempenho abaixo do esperado, demonstrando que a economia brasileira tenta apresentar sinais de recuperação da atividade econômica, mas ainda não consegue. Porém, em Alagoas, de novembro de 2017 a janeiro de 2018, houve elevação nos níveis de consumo. E, embora tenha sido registrada uma redução deste indicador em fevereiro, março trouxe a recuperação. “A Páscoa acaba por estimular diversos tipos de produtos do período. As redes varejistas pegaram o timing correto para promover um acréscimo do consumo e, uma semana antes do período Pascal, diversas promoções surgiram e os estoques de ovos praticamente se esgotaram”, observa Felippe.

Apesar do desempenho positivo, o ritmo de crescimento é um pouco menor do que o registrado em fevereiro. No geral, a aquisição de novos produtos reduziu 12,51%. Nas famílias que percebem menos de 10 SM, essa redução foi de 11,38%, e nas com salários maiores que 10 SM, a queda foi mais acentuada, 24,41%.

 

Outros números

Enquanto Alagoas, em fevereiro, fechou mais de 10 mil postos de trabalho, Maceió obteve saldo líquido de contratações de 287 novos empregos adicionais, destacando-se o setor de serviços, que contratou mais 540 colaboradores e a Construção Civil, com 160 novos empregos. Já o Comércio fechou 234 postos de trabalho no período. “Este saldo bastante positivo para Serviços e a Construção Civil, em fevereiro, traz aumento de renda familiar e estimula o consumo, tornando os trabalhadores mais confiantes”, avalia o especialista.

 Entre fevereiro e março, a confiança com a manutenção do Emprego Atual elevou-se em 3,4%. Essa confiança também foi projetada nas melhorias sobre a Perspectiva Profissional, a qual cresceu 10,6% entre os dois meses, demonstrando que os cidadãos da capital esperam, este ano, um aumento de salários e/ou ganho de promoções.

“Com mais empregos, percebemos que a economia vem se recuperando, mesmo que a passos muito curtos, e a renda atual familiar da capital já aponta sinais de melhora”, analisa Felippe ao explicar que os entrevistados apontaram uma elevação de 7,6% na percepção de melhora da renda familiar. A compra a prazo, seja por meio do cartão de crédito ou outro instrumento financeiro, que desde fevereiro já apresentava alta pela pesquisa de endividamento e inadimplência, é confirmada pela pesquisa de Consumo das Famílias, apontando alta de 5,6%.

Ainda de acordo com a pesquisa do Instituto Fecomércio, o nível de consumo atual também aumentou. Os entrevistados sinalizaram que, em comparação ao ano passado, estão comprando cerca de 22,1% a mais e que a Perspectiva de Consumo ao longo deste semestre será 22,3% superior ao mesmo semestre do ano passado. “Mesmo assim, embora a renda tenha apresentado melhora, assim como o comum, as famílias ainda não percebem que seja um momento apropriado para adquirir bens duráveis, ou seja, para trocar smartphones, linha branca, linha marrom e outros produtos duráveis em geral”, observa o economista.

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