08/03/2017 11h43

Prefeitura de Maceió bombeia água contaminada para o Riacho Gulandim, diz IMA

Equipes do Instituto do Meio Ambiente (IMA) realizam estudos e diagnósticos para embasar o trabalho da Força Tarefa, coordenada pelo Ministério Público Estadual de Alagoas

Esgoto a céu aberto coberto de lixo

Equipes do Instituto do Meio Ambiente (IMA) realizam estudos e diagnósticos para embasar o trabalho da Força Tarefa, coordenada pelo Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE/AL), na bacia hidrográfica do Riacho do Reginaldo. O resultado das amostras coletadas em quatro galerias da Pajuçara, onde a prefeitura bombeia as águas para o Riacho Gulandim, indicam que há alto índice de contaminação.

Nas incursões em campo, que tiveram continuidade na manhã dessa terça-feira (07), equipes das Gerências de Monitoramento e Fiscalização e de Fauna, Flora e Unidades de Conservação, percorreram a área de grotas entre os bairros do Ouro Preto e do Murilópolis, junto com representantes do MPE/AL, Secretaria Municipal de Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente (Sedet) e Batalhão de Polícia Ambiental (BPA).

“Observamos problemas como o lançamento de esgotos e lixo, além das construções irregulares”, comentou Larissa Almeida, consultora ambiental do IMA. Os técnicos ainda verificam as condições dos remanescentes vegetais existentes.

Paralelo a esse trabalho, já foi enviado ao MPE/AL os resultados das análises realizadas em amostras coletadas em quatro galerias de águas pluviais, da Pajuçara, onde a prefeitura de Maceió faz o bombeamento para o Riacho Gulandim, um dos afluentes do Reginaldo.

As análises mostram que a primeira galeria, localizada na área em frente ao antigo CRB, o número de coliformes termotolerantes (fecais) chega a 17 mil – Número Mais Provável (NMP) /100 mL. No segundo ponto, em frente ao Banco Itaú, o número cresce 1,6 milhão/100mL e torna a se repetir no terceiro local, em frente a balança de peixes.

Na quarta galeria, em frente à saída da rua Julio Prestes e o supermercado Bompreço, foi registrado o número de 900 mil/100mL.

O relatório aponta que, considerando as variáveis analíticas físico-químicas e microbiológicas, “principalmente coliformes termotolerantes (fecais), fósforo total, nitrogênio amoniacal total e turbidez, em todos os pontos de amostragem de água” não atende aos padrões especificados pelas Resoluções 357 e 274 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Coonama), que definem os critérios de balneabilidade.

Segundo Ricardo César, coordenador de Gerenciamento Costeiro do IMA, “é comum encontrar algum tipo de contaminação em galerias de águas pluviais, devido a quantidade de resíduos carreados pelas águas das chuvas, como fezes de animais e outros. Entretanto, esses números apresentados estão muito além do provável”.

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