12/10/2016 10h33

Endividamento do consumidor sobe pelo quarto mês consecutivo e reduz poder de compra

Em setembro, indicador apresentou elevação de 1,29% e inadimplência manteve-se estável

Maceioenses ainda continuam endividados

O endividamento do consumidor de Maceió aumentou pelo quarto mês consecutivo, segundo demonstra a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) realizada pelo Instituto Fecomércio de Estudos, Pesquisa e Desenvolvimento (IFEDP) em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Desde junho, os indicadores têm apontado um aumento gradativo no consumo e, entre agosto e setembro, houve uma elevação de 1,29% no endividamento. Em relação ao atraso no pagamento e à inadimplência, o aumento foi inexpressivo (0,03%).

Na análise do assessor econômico da Fecomércio, Felippe Rocha, o aumento de consumidores nos ambientes de consumo, como shoppings e centro da cidade, pode estar atrelado ao tempo médio da dívida. Isso porque até junho a taxa média de endividamento era de 6,5 meses. “Isto significa dizer que grande parte da sociedade de consumo se mantém endividada por, pelo menos, um semestre inteiro, policiando-se quanto à sua capacidade de consumo para evitar se tornar inadimplente. É de se esperar que a partir de agosto e setembro a maioria dos consumidores esteja menos comprometida, retornando ao consumo por meio do crédito”, observa.

Indicadores

Segundo os números levantados pelo Instituto Fecomércio, 62,7% dos consumidores possuem algum tipo de dívida criada via instituições financeiras (cheques, cartões, financiamentos, crediário, etc.). Desses, 28% se acham muito endividados; 16,3% acreditam que estão numa faixa intermediária; e 18,3% consideram-se pouco endividado.

Quando perguntados sobre como contraíram dívidas, 88,5% disseram ter sido via cartão de crédito; 8,7% por meio de carnês de loja; e 4,5% por uso do crédito consignado. Este último desbancou o financiamento de carros que rotineiramente ocupa a terceira colocação. “Pode-se notar que aumentou a quantidade de empréstimos atrelado ao salário do funcionalismo público, talvez por algum membro da família ter perdido o emprego e ter ocorrido a necessidade de quitação de dívidas”, analisa Rocha.

As famílias inadimplentes representam 18,1% dos endividados. Deste universo, 6,6% informaram ter condições de pagar totalmente suas dívidas no mês que vem; 31,3% pagarão parcialmente e 56,7% continuarão sem pagar. Hoje, o tempo médio que as famílias permanecem com contas em atraso é de 64,5 dias. Já o comprometimento médio da renda dos consumidores é de 28,4%.

“Apesar do dado positivo de que continua a ocorrer o aumento do consumo por meio do crédito com estagnação da inadimplência e das contas em atraso, as famílias devem tomar cuidado e ter disciplina quanto ao uso do mesmo. Mesmo que haja recuperação dos empregos, estes são temporários”, orienta.

 

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