Artesanato alagoano chama a atenção de brasileiros de outras regiões do País

Suzana Gonçalves

Filé, redendê, palha de Oricuri, miniaturas feitas a partir de palitos de fósforo, esculturas de madeira e de materiais reciclados. Essas são algumas das peças alagoanas comercializadas na XV Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte), maior evento do segmento da América Latina. Realizada entre os dias 02 e 12 de julho, no Centro de Convenções de Pernambuco, a iniciativa tem fortalecido as vendas dos profissionais e gerado reconhecimento nacional. Apenas nos dois primeiros dias de evento, os artesãos alagoanos comercializaram R$ 22 mil.

Cerca de 450 artesãos alagoanos da capital e mais sete municípios do interior do estado estão expondo e comercializando suas peças no estande disponibilizado pelo Governo Federal, por meio do Programa do Artesanato Brasileiro (PAB). Com apoio da Secretaria de Estado do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico (Seplande), os artesãos têm a oportunidade de participar de capacitações e feiras para o fortalecimento do segmento produtivo em todo o estado.

“Alagoas protagoniza uma das produções artesanais mais bonitas do País. O trabalho visa valorizar esse talento e profissionalizar ainda mais o segmento no estado, por meio de feiras e eventos como a Fenearte”, declarou a secretária de Estado do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico, Poliana Santana.

De acordo com a diretora de Design e Artesanato da Seplande, Dyslene Teles, o estande de Alagoas já é um dos mais procurados do evento. “Estamos no início da feira, mas nosso estande já está sendo bastante visitado. Visitantes de vários estados já conhecem as peças alagoanas e aproveitam para comprar principalmente o filé, o patchwork e as esculturas de madeira”, destacou.

Para o mestre André da Marinheira, artesão de Boca da Mata, que produz esculturas de madeira desde os 12 anos de idade, o apoio da Seplande tem sido fundamental na sua vida profissional. “Desde o início, fui bem acolhido pela equipe do governo, que tem ajudado não só a mim, mas a artesãos de várias partes do estado. Hoje, essa é minha única fonte de sobrevivência e, por isso, sou muito grato ao trabalho da Seplande”, declarou.

Bons frutos – Na edição deste ano, duas ex-participantes do PAB tiveram a oportunidade de comercializar seus produtos em estande próprio. O resultado é fruto do trabalho desenvolvido pelo programa, através da Seplande, que visa fortalecer o segmento no estado e dar o pontapé inicial na vida profissional dos artesãos alagoanos.

“A partir do programa e das ações da Seplande, pude criar uma rede de contatos com lojistas de vários estados do Brasil. Graças a essa acolhida, minhas vendas cresceram tanto, que precisei criar meu espaço de forma independente. Hoje tenho encomendas feitas por clientes do País inteiro, que consegui através do PAB”, revelou Edneuza Teixeira, artesã do Pontal da Barra, que comercializa, atualmente, mais de 800 peças de patchwork por mês.

A Feira – Atualmente, a Fenearte é uma das principais oportunidades de divulgação das peças produzidas em Alagoas. Esta é a 10ª participação de Alagoas no evento, palco dos principais produtos do mundo, com a participação de decoradores, arquitetos, lojistas e curadores do Brasil e do exterior. Além da comercialização, os artesãos têm a oportunidade de participar de atividades e rodadas de negócios que geram encomendas para o resto do ano.