O senador Aécio Neves, pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, foi convidado para um café da manhã promovido pelo setor produtivo alagoano – Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (Fiea), Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas (Faeal), Federação do Comércio do Estado de Alagoas (Fecomércio) e Associação Comercial de Maceió (ACM).

O encontro ocorreu na última sexta-feira, 9, e teve como objetivo discutir os projetos do candidato para o Nordeste e para Alagoas. Na saudação ao senador mineiro, o presidente da Fiea, industrial José Carlos Lyra de Andrade, destacou que, num ano eleitoral, o povo brasileiro, em especial os empresários, vive um momento de expectativas, e revelou os anseios do setor produtivo.

“Os empresários alagoanos não querem muito. Desejam apenas competir, em igualdade de condições, com os demais. Anseiam por um “Custo Brasil” menor e mais compatível com a realidade das nossas empresas. Os empresários alagoanos, fazendo eco com todos os empresários brasileiros, buscam políticas fiscal, trabalhista, tributária e previdenciária que possibilitem o crescimento das empresas e, consequentemente, do País”, afirmou José Carlos Lyra.

O presidente da Fiea ressaltou a necessidade de novos projetos estruturantes, ancorados na participação do governo federal, para que o Estado supere seus problemas, apesar dos esforços e conquistas do atual governo. “Algumas das obras que devem impulsionar o desenvolvimento de Alagoas são o Canal do Sertão, o funcionamento do Estaleiro, a extensão da Transnordestina e a duplicação da BR-101, além da atividade turística”, elencou.

Dirigindo-se ao “presidente Lyra”, como seu conterrâneo Robson Braga de Andrade (presidente da Confederação Nacional da Indústria) chama o empresário alagoano, Aécio Neves assumiu o compromisso de, nos primeiros dias de seu mandato, caso seja eleito, dar início a uma “guerra” contra o Custo Brasil.

“Vamos extinguir metade dos ministérios e criar uma secretaria como uma das primeiras ações no sentido de diminuir a carga tributária”, afirmou. Segundo ele, a reforma política é o início do caminho para as demais reformas que o País necessita, pois ele considera o modelo político atual centralizador e ineficiente.

O senador mineiro acrescentou que os pilares da macroeconomia – superávit primário, controle da inflação e câmbio flutuante -, que deram estabilidade à economia brasileira, estão ameaçados, o que afasta o investimento externo e inibe o crescimento interno do Brasil.

“Conquistas que vêm do tempo de Fernando Henrique Cardoso, como a Lei de Responsabilidade Fiscal, a estabilidade da moeda, o reencontro do País com a comunidade internacional estão em risco. É preciso resgatar o projeto de crescimento num contexto social e ético”, acrescentou o senador, que prometeu, ainda, resgatar o setor de etanol.

Sobre Alagoas, Neves disse que é necessário incluir o Estado na rota da Transnordestina, retomar a BR-101 e que o governo federal, sob sua gestão, executaria ação efetiva para a instalação do estaleiro. Ele fez também a proposta de tratar de forma diferenciada o dívida dos estados.

“Se eleito, o serviço da dívida será revertido para políticas públicas voltadas para o desenvolvimento e para a qualidade de vida da população”, afirmou.

No encontro, o governador Teotonio Vilela Filho fez um balanço de sua gestão, ressaltando que o modelo de “choque de gestão” adotado pelo então governador de Minas Gerais serviu de modelo para Alagoas. “Conseguimos mudar o panorama de estados que enfretaram extrema dificuldade”, finalizou Vilela.