Ascom/Seagri

A  água do Canal do Sertão provoca mudanças na paisagem do Semiárido e está promovendo melhorias na vida dos agricultores. Um deles é Cícero Souza, da comunidade Poços Salgados, zona rural de Olho D’Água do Casado. Para constatar as melhorias na propriedade dele, o governador Teotonio Vilela, acompanhado por secretários e técnicos, visitou o local, na quarta-feira (11).

O agricultor foi selecionado pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário (Seagri) para receber um kit de irrigação e uma unidade demonstrativa de produção de forragens. Hoje, ele produz palma, cana, milho, capim e sorgo para alimentação animal. Devido ao êxito da iniciativa, a Seagri já iniciou a instalação de outros 40 kits de irrigação na região, em propriedades às margens ou próximas ao Canal, com solo propício para irrigação. O programa recebe recursos do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Fecoep).

“São 120 povoados e mais de 100 mil pessoas que serão beneficiadas pela água do Canal apenas nesta região, nos primeiros quilômetros do empreendimento. Alguns usam a água para irrigação, outros para consumo ou para dar aos animais. Estamos construindo a quarta etapa da obra. Até o final de 2014, vamos entregar a quinta etapa, que vai até o quilômetro 125”, explicou o governador Teotonio Vilela.

Na propriedade de Cícero Souza, ele ficou impressionado com o tamanho da cana e do capim, que já estão com sete meses. “Isso é uma grande massa verde que vai virar ração animal e, assim, o criador não precisa vender seu rebanho”, enfatizou o governador. No caso do seu Cícero, é exatamente isso o que está ocorrendo: ele vendeu boa parte de seu rebanho devido à seca, por falta de alimento e água. Agora, com a irrigação e a água do Canal, ele produz massa verde para os seis animais que lhe restam e ainda vende o excedente, obtendo renda.

“Já fiz um projeto no Banco do Brasil para comprar mais seis vacas de leite. Quero repor meu rebanho”, comemora, animado, seu Cícero. Além da criação de gado e produção de forragens, o produtor cria galinha caipira, produz frango e ovos para complementar a renda. Para isso, ele foi incluído no Programa de Avicultura Familiar Sustentável de Alagoas (PAF), coordenado pela Seagri, e recebeu 60 pintinhos, ração e assistência técnica.

“Aqui, o verde a gente só via quando tinha chuva. Agora, é o ano inteiro. Acredito que o Canal é a obra com maior poder de transformação socioeconômica de Alagoas”, ressaltou o secretário de Estado da Agricultura, José Marinho Júnior.

Cisternas
Também nesta quarta-feira (11), o governador, acompanhado pelo secretário da Agricultura, José Marinho, o de Infraestrutura, Marco Fireman, e da Comunicação, Keylle Lima, fez a entrega de 50 cisternas de segunda água em Olho D’Água do Casado. A solenidade ocorreu no povoado Consolo e teve a participação de agricultores, articuladores territoriais e do prefeito do município, Gauberto Pereira.
Cada cisterna tem capacidade para 52 mil litros de água, que pode ser usada para o banho das pessoas, saciedade animal ou produção de alimentos em hortas. Uma das beneficiárias, que recebeu o termo de repasse da cisterna, é dona 

Edite Melo dos Santos mostra a plantação de hortaliças

Ela trabalha na propriedade onde mora com os filhos e o marido. No local, com água da cisterna, ela cultiva tomate, pimentão, cebolinha, berinjela, abóbora, pimenta de cheiro, mamão e ervas medicinais, como hortelã e erva doce. “Antes, a gente só comia verduras quando comprava na feira, uma vez por semana. Agora, a gente tem qualquer hora”, afirmou a agricultora.

Antes da cisterna, segundo ela, era complicado até para lavar a roupa da família. “Acredito que aqui ainda vai melhorar muito”, finalizou Edite Melo dos Santos. E ela tem razão nas palavras: ao todo, por meio do Projeto Água para Todos, o Governo do Estado está instalando em Olho D’Água do Casado 278 cisternas de segunda água, que juntas podem acumular 240 milhões de litros de água.

Para encher essas cisternas, são usados carros-pipa, que coletam o líquido no Canal do Sertão. Já as cisternas de primeira água, que servem para matar a sede das pessoas, recebem a água do telhado das casas, no período de chuva.

Em todo o Estado, o Água para Todos, coordenado pela Seagri em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), está instalando 8 mil cisternas, beneficiando 15 municípios.