09/05/2013 10h57

Chuvas abaixo da média ainda causam prejuízos aos produtores rurais de Alagoas

Entidade avalia ser necessário 30 dias de chuvas contínuas para normalizar a pastagem

Baixo volume de chuvas é insuficiente para retomar plantio
Após um mês de chuvas, algumas culturas puderam enxergar uma nova esperança, já que setor rural teve de suportar as agruras de uma estiagem que parecia não haver fim. De qualquer forma, de acordo com Cooperativa de Produção Leiteira de Alagoas (CPLA), a bovinocultura leiteira ainda precisa esperar que os índices pluviométricos elevem alguns milímetros para os rebanhos terem a devida nutrição e manejo.

E os números não deixam mentir. Com uma perda estimada em mais de 40% na produtividade, a seca que tomou proporções alarmantes em 2012, castigou vários plantéis alagoanos, dificultou a conservação e manutenção de pastos e — no caso da caatinga — nem a palma conseguiu suportar à falta de chuva. Assim, falta muito para atingir os cerca de um milhão de litros de leite diários que a produção leiteira em Alagoas costuma alcançar.

Mesmo com a segunda quinzena do mês de abril marcada pelas pancadas de chuva em quase todo o estado, segundo a CPLA, ainda precisa chover mais para o produtor de leite ter seu pasto adequado e ração para o plantel. “Se chover uma semana e na outra estiar, não adianta. O gado leiteiro só se recupera e terá o que comer com 30 dias de chuvas contínuas”, explica Gustavo Ramos, zootecnista e coordenador técnico da cooperativa.

Entre as alternativas de ração animal intermediadas pela CPLA, uma delas foi o bagaço da cana fornecido pelo Governo estadual, que inclusive foi praticamente a única saída durante os meses críticos de estiagem. Entretanto, isso trouxe custos logísticos, pois transportar bagaço das usinas canavieiras para o sertão — cujo frete foi financiado pela cooperativa — interferiu no já apertado orçamento do produtor.

 Plantio de palma e abastecimento com poços

Se abril anunciou a chegada das chuvas para a agropecuária, agora é necessário começar a estudar os incentivos das iniciativas públicas e privadas para manter o setor e impulsionar a produção. Replantar a palma é uma solução que já começa e ser feita em algumas comunidades sertanejas. A outra, exigindo mais apoio das políticas públicas, é pensar no abastecimento, como construção de poços e cisternas.

Para isso, a CPLA se reuniu na última terça-feira, dia 7, com o secretário estadual do meio ambiente e dos recursos hídricos, Napoleão Casado, para que o Governo se sensibilize sobre a questão do fornecimento e distribuição de água. “Localizar onde precisa fazer tais poços e verificar tal possibilidade já seria uma solução”, aponta Gustavo Ramos.

 

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