22/04/2013 10h14

‘Disque-limpeza, bom dia! Pode falar, meu amor’, canal da Slum a serviço do maceioense

Atendente da Slum ouve com atenção as solicitações dos cidadãos da capital

Tina Tuner, o canal da limpeza a serviço do cidadão maceioense

É assim, com a voz doce e tranquila, que “Tina Turner” atende às chamadas do Disque-Limpeza, o canal direto que a Superintendência Municipal de Limpeza Urbana de Maceió (Slum) mantém com a sociedade. Com 27 anos de atuação na área de limpeza urbana, Tina, alcunha de Albertina Maria de Oliveira, 54, ouve com atenção as solicitações proferidas pelos cidadãos da capital.

O serviço vinculado à Diretoria do Departamento de Fiscalização da Slum funciona de segunda a sábado, das 07h às 18h. Entre os reclames, há o registro de queixas sobre o descarte irregular de resíduos e denúncias sobre áreas e terrenos que se tornaram pontos de lixo. Problema e local anotados – a identificação e o contato de quem faz a denúncia não são obrigatórios – os pedidos são encaminhados para a Diretoria de Operações que realiza os atendimentos ou ao próprio Departamento de Fiscalização que atua na investigação das irregularidades.

De janeiro até meados de abril, o serviço contabiliza mais de 100 atendimentos. “Foram muitos livros preenchidos até hoje”, lembra Tina Turner, que trabalha no turno da manhã e chegou à função há 17 anos, depois de uma temporada inicial como agente de fiscalização. “Eu adoro o serviço desde o início. Ajudo a manter a cidade melhor”, confessa.

No turno da tarde, o posto é assumido por Ana Paula Tenório, que iniciou na função há onze anos. “A Tina é a nossa líder. Ela é a matriarca da fiscalização. Há ligações de pessoas muito mal-humoradas e Tina sabe atender com paciência. Aprendi muito com ela”, confessa. Tina reforça. “Dou-me bem com a população. Gosto de trabalhar com comunicação, com o usuário, com as pessoas. Eu dou muito valor ao ser humano. Eu acho que ele tem a capacidade de mudar as coisas, basta querer”, aponta.

Ao ser questionada sobre a incidência de casos curiosos após tanto tempo ouvindo as pessoas, Tina responde: “Não tem. Eu sempre procuro atender bem ao público. Quando a pessoa vem agressiva, aí eu já digo: ‘Ô meu amor, diga qual é o problema? Depois de resolvido o problema, muitos deles ligam de volta e agradecem”, revela.

De Jacinto a Tororó

O apelido de Tina é antigo e decorrente de Tina Pepper, personagem inspirada na cantora norte-americana Tina Turner e interpretada pela atriz Regina Casé, na novela Cambalacho, exibida pela Rede Globo, em 1986. A relação de Albertina com a arte e com a música não está apenas no codinome, mas também no DNA.

Natural de Passo de Camaragibe, no litoral norte alagoano, a mãe de um casal de filhos e avó de quatro netas tem ainda no currículo familiar a curiosidade de ser sobrinha dos irmãos forrozeiros Tororó do Rojão e Jacinto Silva.

“Eu fui morar com Tororó quando eu estava com dez anos de idade”, conta. “Ele me criou. Para mim, ele é como um irmão, um pai, um amigo. Foi Tororó quem me ajudou a criar os meus dois filhos. Ele era tudo para mim”, revela, sem esconder a emoção.

Na sala em que trabalha, Tina mantém fotos, recortes de jornal e uma série de documentos de Tororó, apelido de Manoel Apolinário da Silva, falecido em 2011, em decorrência de uma infecção pulmonar.

Ao lado de Jacinto Silva, Tororó se tornou um ícone da música nordestina produzida em Alagoas. Ambos foram escolhidos como tema do próximo São João da capital a ser promovido pela Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC). Jacinto Silva ainda foi homenageado na última sexta-feira (19), com sua biografia Jacinto Silva: As Canções, editado pela Imprensa Oficial Graciliano Ramos.

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