12/03/2013 17h57

Teo e Dilma inauguram 65 km do Canal do Sertão. Presidenta assegura mais recursos até o km 122

Verba está assegurada pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)

Presidente Dilma Roussef e governador Teotonio Vilela Filho acompanhados dos senadores e do povo sertanejo inauguram dois primeiros trechos do Canal do Sertão

 

Assessoria/Secom

O governador Teotonio Vilela Filho inaugurou, nesta terça-feira (12), junto com a presidenta Dilma Rousseff, os dois trechos do Canal Adutor do Sertão Alagoano, que alcança o km 65. No evento, a presidenta anunciou a liberação de recursos para a execução do quarto trecho da obra, que vai até o km 122. Os recursos já estão assegurados pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

As obras do terceiro trecho, do km 77 ao km 92, já foram iniciadas com recursos na ordem de quase R$ 366 milhões. “Significa pra o Governo Federal um investimento de R$ 1,1 bilhão. Esse dinheiro vai permitir a conclusão da quarta etapa e mais a implantação de obras complementares”, destacou Dilma. “O Brasil para valorizar sua maior riqueza, não ser um país pequeno, mas ser um país de 200 milhões de brasileiros, tem que acabar com a miséria. É importante levar água para os que mais sofrem”, defendeu a presidenta.
No início do discurso, Dilma cumprimentou os trabalhadores responsáveis pela obra, as lideranças políticas e todos os sertanejos, em nome do governador Teotonio Vilela Filho, a quem se referiu como “grande parceiro”. Dilma fez referência ao dom poético do velho senador Teotônio Vilela, e a implementação de suas ideias para levar água ao Sertão por meio do Rio São Francisco. “Trata-se de um momento especial, um sonho de décadas, expressos por um grande alagoano, responsável e participante no processo da redemocratização no país, o saudoso Teotônio Vilela. Todo poeta tem sensibilidade para profetizar; o velho senador defendia essa ideia há 40 anos e pelas belas coincidências da história, o seu filho, o governador Teotonio, ajudou a realizar a obra”, disse a presidenta.
Dilma acrescentou que o Governo Federal se interessa por obras estruturantes para o enfrentamento a seca de forma eficiente. “O motivo mais forte dessa união com o Governo do Estado é que, ambos, estávamos dispostos a combater uma das maiores secas que já atingiram essa região. Por isso, além da continuidade da obra, criamos ações emergenciais”, frisou.
Tais ações se referem à assistência dada à população durante o período da seca nos últimos dois anos, como os recursos na ordem de R$ 121 milhões para ações que contemplaram a oferta de água através de carros pipa, com mais de 200 carros; o Seguro Safra, que atendeu mais de 26 mil produtores; e o Bolsa Estiagem, que contemplou 25 mil pequenos produtores; a doação de milho para preservação do rebanho, além dos recursos destinados para operações de crédito no semiárido.
Na solenidade, a presidenta assegurou que vai garantir as ações para o período pós seca, entre elas a recomposição do rebanho e a distribuição de sementes. Sobre o crescimento do Nordeste, Dilma garantiu que a região receberá as mesmas oportunidades que existem no Sul e no Sudeste, em termos de educação e tecnologia. Também ressaltou que o Canal do Sertão, a exemplo de outros programas sociais do Governo Federal, como o Minha, Casa, Minha Vida, está beneficiando a população rural.
A longevidade do projeto do Canal do Sertão foi lembrada pelo ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, durante a solenidade. “A obra do Canal do Sertão engatinhou, ficou parada mais de dez anos e foi resgatada por decisão do governador Teotonio Vilela, que teve apoio total do presidente Lula”, ressaltou Bezerra. “Agora, no Sertão, haverá água pra beber, água pra os animais e água para os projetos de irrigação que a Codesvasf vai implantar nos hectares. A seca que castiga, maltrata e trás graves prejuízos, não vai nos abater, não vai retirar o ânimo e a determinação do governo Federal”, reforçou o ministro.
Sobre as obras complementares, ele citou a parceria entre a Articulação Semiárido (ASA) e o Governo do Estado, que resultou na construção de 25 mil cisternas – das quais 8 mil já foram entregues, dando acesso à água com qualidade. Além disso, estão sendo implantadas 345 sistemas de abastecimento de água, das quais 48 ficam localizadas em assentamentos, por meio de uma parceria com o Incra.
“Certo de que nada vai nos desunir, vamos continuar na corrente que colocou o Nordeste no rumo do desenvolvimento; não será a seca que vai puxar o crescimento dessa região para trás. Vamos investir mais, fazer o que ainda falta fazer, melhorar o que já estamos fazendo; vamos transformar essa região”, assegurou Fernando Bezerra.
O governador Teotonio Vilela entregou flores para Dilma Rousseff durante a solenidade. O gesto foi para agradecer o apoio à obra que vai transformar a qualidade de vida e a economia no Sertão de Alagoas. “Depois que a presidenta colocou essa obra no PAC, o Canal do Sertão desembestou”, afirmou o governador.
No evento, Teotonio fez uso de um discurso proferido, há 40 anos atrás, por seu pai, durante a inauguração da ponte sobre o Rio São Francisco, ligando a cidade de Propriá, em Sergipe, à cidade de Porto Real do Colégio, quando se referiu aos problemas da seca que poderiam ser solucionados pela água do Rio São Francisco.
“Gostaria apenas de falar sobre as águas que passam por baixo da ponte e que num rumor surdo e solitário vão se perder no mar imenso. Águas perdidas, águas passadas, águas ignoradas. E o pior de tudo é que são águas clamadas e reclamadas pelos sertões que atravessam, águas dadivosas que recusamos ao sedento aflito e à terra esturricada; mas é preciso mais, muito mais. É preciso que a Nação vá até lá [ao Rio São Francisco], debruce-se sobre as águas e se capacite de que com tanta água não é passível sofrer sede, deixar de plantar, deixar de viver”, dizia o velho senador. O governador também falou sobre o trabalho para amenizar o sofrimento do sertanejo, quando ainda era senador, com a inclusão de emendas parlamentares e pronunciamentos no Senado.

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