04/07/2012 10h15

Missão de Moçambique conhece perímetros de irrigação em Alagoas

Moçambicanos visitam os perímetros irrigados de Itiúba, do Boacica e Igreja Nova

Missão de Moçambique visita os perímetros irrigados em Alagoas

Uma missão formada por representantes do Governo de Moçambique esteve em Alagoas na segunda-feira (02) para conhecer as experiências de gestão dos perímetros públicos de irrigação mantidos pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) no Estado. O objetivo da missão, que teve início com reuniões de trabalho na sede da Codevasf em Brasília, é conhecer as experiências em agricultura irrigada do Brasil e os modelos de implantação e gestão de empreendimentos públicos de irrigação como forma de subsidiar o processo de criação do Instituto Nacional de Irrigação (Inir) do país africano.

A missão que esteve em Alagoas é formada pelo chefe do Departamento de Engenharia Hidráulica do Ministério da Agricultura de Moçambique Aurélio Antônio Nhabetse e pelo técnico do mesmo departamento José Almeida José. Na quinta-feira (05), os representantes do governo moçambicano devem conhecer o Perímetro Irrigado Nilo Coelho que a Codevasf mantém em Petrolina (PE) e que possui destaque internacional pela cultivo de frutas, especialmente uvas, e pela produção de vinhos em pleno semiárido nordestino.

PERÍMETROS DE IRRIGAÇÃO EM ALAGOAS

Durante a visita, o gerente regional de Empreendimentos de Irrigação da Codevasf em Alagoas, engenheiro agrícola Geraldo Mota, apresentou no auditório do Ceraqua São Francisco, centro tecnológico da companhia em Porto Real do Colégio, informações e dados sobre a estrutura, produção e gestão dos três perímetros públicos de irrigação mantidos pela empresa pública do Governo Federal em Alagoas: perímetros irrigados do Itiúba, em Porto Real do Colégio, do Boacica, em Igreja Nova, do Marituba, em Penedo.

“Os perímetros de irrigação implantados no Baixo São Francisco, nos estados de Alagoas e Sergipe, possuem foco na agricultura familiar. Para manutenção dos perímetros, o Governo Federal, por meio da Codevasf, investe na infraestrutura de irrigação e drenagem, no fornecimento de energia elétrica e na disponibilização de assistência técnica e extensão rural (Ater)”, explicou Geraldo Mota. Ele ainda ressaltou a necessidade de buscar alternativas para geração de energia elétrica na fase de elaboração do projeto de irrigação. “A energia elétrica é um fator limitante e deve-se pensar em alternativas de fornecimento durante a concepção do projeto de irrigação. Sem formas mais eficientes de fornecimento de energia, o projeto poderá ter riscos em sua sustentabilidade. Pode-se pensar na geração de energia eólica ou térmica, por exemplo”, sugeriu o engenheiro agrícola.

O chefe do Ceraqua São Francisco, engenheiro de pesca Alexandre Delgado, também fez uma exposição sobre o centro tecnológico da Codevasf nas áreas de aquicultura e recursos pesqueiros. Técnicos que prestam assistência técnica e extensão rural nos perímetros da Codevasf em Alagoas apresentaram os trabalhos desenvolvidos junto aos agricultores familiares.

As apresentações contaram com a participação de agricultores dos perímetros irrigados, que também relataram suas experiências com agricultura irrigada a partir da infraestrutura pública de irrigação e drenagem. “Se não fosse a implantação desses projetos de irrigação no Baixo São Francisco, a pobreza seria generalizada. Meus pais trabalharam como meeiros nas terras de outros proprietários. Com a implantação do perímetro do Itiúba, no final dos anos de 1970, passamos a trabalhar no lote de nossa família. Hoje tenho 40 anos de trabalho e criei meus filhos aqui. Tenho filho que hoje faz faculdade. Tudo tirado do meu trabalho no Itiúba

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