26/04/2012 10h48

37 falcêmicos submetem-se a exame para detectar risco de AVC

Mutirão foi realizado nesta terça (24) e quarta-feira (25), pelo Hemocentro de Alagoas (Hemoal)

Profissionais de saúde realizam exames em mais 37 falcêmicos

Josenildo Törres/Sesau

Em mais um mutirão realizado nesta terça (24) e quarta-feira (25), pelo Hemocentro de Alagoas (Hemoal), 37 falcêmicos alagoanos foram submetidos ao exame de Doppler Transcraniano. Realizados no Ambulatório de Hematologia, localizado em Maceió, seis pacientes foram detectados com grande risco de desenvolverem um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Diante do resultado, os falcêmicos irão passar por um regime de hipertransfusão, que serão ministrados por hematologistas do Hemoal. Com essa iniciativa, será evitado o desencadeamento de graves sequelas, a exemplo de paralisias severas, que podem comprometer os movimentos.

Os exames foram realizados pelo médico Camilo Vieira, que atua no Hospital das Clínicas da Bahia. Durante dois dias foram contemplados falcêmicos com idade entre 2 e 16 anos, já que eles são mais suscetíveis a desenvolverem um Acidente Vascular Cerebral.

“Com este trabalho estamos contribuindo para que possamos salvar a vida de um grande número de crianças e adolescentes. Além disso, estamos assegurando que elas possam ter uma vida normal, dentro das limitações que a Anemia Falciforme provoca”, evidenciou.

Entre os pacientes contemplados estava a estudante Rosiane Santos, 12 anos, que esteve no Ambulatório de Hematologia do Hemoal acompanhada de sua mãe, a dona de casa Maria das Graças dos Santos. Depois de perder um de seus cinco irmãos em consequência da Anemia Falciforme, ela foi submetida ao Doppler Transcraniano para evitar ser vítima de um AVC.

“Pensava que o exame fosse causar algum tipo de dor, mas ele é muito simples e, depois de 15 minutos, já estamos sabendo se temos o risco de sofrer um derrame. Graças a Deus está tudo bem comigo e agora terei apenas que continuar o tratamento normalmente”, ressaltou a paciente do Hemoal.

Segundo a diretora do Hemoal, Verônica Guedes, o órgão vai elabor um processo licitatório no próximo mês, onde deverá adquirir um Doppler Transcraniano. Para isso, serão investidos cerca de R$ 100 mil, assegurando mais qualidade de vida para os portadores de Anemia Falciforme de Alagoas.

A Anemia Falciforme é uma doença hereditária, que provoca uma deformação das hemácias (glóbulos vermelhos), afetando, em sua maioria, a população afrodescendente. Ela causa lesões no cérebro, pulmões e, principalmente, nos rins. A detecção é realizada no Hemoal, por meio do exame eletroforese de hemoglobina ou de DNA.

“Após o nascimento do bebê, caso não seja possível realizar o aconselhamento genético ou mesmo se ele for feito, é imprescindível realizar o teste do pezinho, cujo serviço está disponível nas maternidades públicas do Estado”, informou a diretora do Hemoal. A Anemia Falciforme afeta, principalmente, filhos de casais portadores do traço falciforme, onde há um risco de que 25% deles sejam portadores da doença, que em Alagoas afeta 400 pessoas.

Um dos tratamentos é a transfusão sanguínea, que é realizada no ambulatório de Hematologia do Hemoal. Por esta razão, os hematologistas recomendam que, antes de planejar ter um filho, os casais devem realizar o aconselhamento genético, em que será verificado se o homem ou a mulher possuem o traço falciforme, que pode gerar um filho com a doença.

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