23/02/2016 11h11

Adeal avança no combate ao ácaro-vermelho-das-palmeiras

Alagoas registrou a primeira notificação em dezembro passado

Ácaro vermelho está sendo combatido pela Adeal

A Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (Adeal) deu mais um passo importante no combate ao ácaro-vermelho-das-palmeiras, o Raoiella indica Hirst, capaz de reduzir em até 90% a produção dos coqueirais.

Após realizar um trabalho de mapeamento da praga, a Adeal reuniu representantes de entidades públicas e privadas do setor agropecuário alagoano; cadeia produtiva do coco e das plantas ornamentais, para apresentar um panorama geral da praga no Estado e traçar um plano de supressão do ácaro.

“Fizemos um trabalho de campo para saber a real situação da praga em Alagoas. Neste levantamento, apontamos que, por enquanto, o ácaro está limitado apenas a Maceió. Para evitar sua disseminação, reunimos as entidades para debatermos e criarmos um plano de ação, traçando metas de combate. Trata-se de uma praga agressiva que pode causar sérios danos aos coqueirais”, afirmou a chefe de Núcleo de Defesa Vegetal da Adeal, Maria José Rufino.

Na oportunidade, foi apresentado todo o histórico do ácaro vermelho no mundo até a entrada dele no Brasil, em 2009. “Em Alagoas, a primeira notificação ocorreu em dezembro do ano passado. Após análise do laboratório oficial do Ministério da Agricultura, podemos afirmar que ele está oficialmente presente no nosso Estado”, declarou Maria Rufino.

O ácaro, que passa pela etapa de ovo, larva e duas fases de ninfa até chegar a ser um indivíduo adulto, tem um período de vida médio de 21 dias.

“É uma praga que ataca os coqueiros em qualquer idade da planta e também bananeiras. Nas pesquisas descobrimos que o predador natural também está presente em Alagoas. Só que ele sozinho não vai conseguir combater e controlar o ácaro vermelho”, afirmou Elio Guzzo, pesquisador da Embrapa, que apresentou estudos para o controle da praga, que pode ser cultual, químico e alternativo, com o uso de óleos de coco, dendê e óleo bruto de algodão.

“Estamos fazendo um trabalho conjunto. Fizemos um mapeamento de onde a praga se encontra para sabermos por onde ela entrou em Alagoas. Para o combate, estamos solicitando que seja liberado um produto emergencial, além de debatermos ações alternativas”, acrescentou Jorge Pohl, fiscal federal agropecuário do Ministério da Agricultura em Alagoas, lembrando que produtos químicos usados em outros países no combate à praga não têm permissão para serem utilizados no Brasil.

Com receio de que o ácaro-vermelho-das-palmeiras se espalhe para demais municípios do Estado, já que a presença foi detectada apenas em Maceió, o presidente do Prococo, Bruno Brandão, defendeu ações enérgicas no combate ao ácaro vermelho.

“Precisamos adotar medidas urgentes e radicais. Não podemos correr riscos. Acho que a melhor opção seria a supressão dos coqueirais, principalmente os mais jovens que estão infestados. Tirar e incinerar estas plantas”, defendeu o líder do setor, lembrando que a cadeia produtiva do coco gera mais de seis mil empregos em Alagoas.

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