11/12/2013 9h53

Produção de mandioca ganha mais espaço nas pequenas propriedades do Agreste

Cultura da mandioca foi a principal atividade da região agreste alagoano

 

Produtores se animam com a renda proporcionada pelos produtos derivados da mandioca

Lírida Nerys

Atendendo a demanda da comunidade rural da região Agreste o Instituto de Inovação para o Desenvolvimento Rural Sustentável de Alagoas (EMATER/AL) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) estão trabalhando em conjunto para tornar cada vez mais acessíveis tecnologias de produção da mandioca em Alagoas. No último dia 06, foi realizado o 2º Dia de Campo da Mandioca, desta vez no Sítio Tapera, em Arapiraca. A ação reuniu cerca 150 pessoas.

A região Agreste de Alagoas teve durante décadas o cultivo do fumo como principal atividade agrícola, nos últimos anos, por força do mercado, essa cultura foi dando espaço para a produção de hortaliças e da mandioca. Com clima favorável e terra fértil a mandiocultura se tornou uma das principais fontes de renda das pequenas propriedades e uma das mais rentáveis também. Explorando os diferentes aproveitamentos da raiz e das folhas, técnicos e pesquisadores explicaram como utilizar ao máximo a cultura.

As dúvidas e as experiências com as seis variedades testadas pela Embrapa na propriedade do agricultor Genivaldo Santino foram bastante exploradas. As mandiocas Caravela, Campinas, Sipeal 2, Aramis, Guajuru e a 8740-10 são todas voltados à produção de farinha, goma e combate a podridão. A que mais surpreendeu foi à variedade Guajuru, plantada na mesma propriedade há quase 50 anos e com excelente produtividade. Inclusive o nome dado à variedade é o mesmo da casa de farinha do agricultor familiar.

A história de Genivaldo Santino na agricultura começou cedo, aos oito anos ele teve sua primeira roça. “Antigamente a criança que se aproximava dos dez anos de idade já tinha a responsabilidade de ajudar no sustento da família. Eu aos oito anos ganhei a minha primeira roça e não queria plantar só fumo, que era uma cultura muito forte na época, queria plantar alimento. Um vizinho me deu uma muda de mandioca e nas safras seguinte fui multiplicando, multiplicando, naquela época já era a variedade Guajuru”, contou Genivaldo Santino.

O agricultor relatou que com a mandioca Guajuru produz 333 sacos de farinha por tonelada de mandioca colhida. A produção de farinha das seis variedades avaliadas na propriedade foi um dos temas abordados durante o Dia de Campo. Foram pesadas 1 tonelada de cada variedade, a mandioca Campinas rendeu 225 kg de farinha por tonelada de mandioca colhida, a variedade Sipeal 2 rendeu 290 kg/ton, a Caravela 279 kg/ton, a Aramaris 330 kg/ton, a 8740-10 rendeu 282 kg/ton e por último a Guajurú 333 kg/ton.

Além da produção de farinha foram abordados os temas mandioca na alimentação animal a mandioca na alimentação humana. “No Dia de Campo apostamos na difusão do conhecimento para abranger o maior número possível de agricultores. A produção de farinha é só uma das utilidades da raiz, hoje mostramos que é possível o aproveitamento da parte área de planta na alimentação animal e o beneficiamento da raiz com a produção de bolos, doces, pães, entre outros. Esse trabalho é um exemplo da união entre pesquisa e extensão rural”, destacou o gerente regional Agreste da EMATER/AL, Eraldo Saturnino.

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