02/07/2013 8h44

Encontro discutirá a rizicultura no Baixo São Francisco

Técnicos e gestores de diversos estados se reúnem hoje no Sebrae Alagoas para a realização da XIII Reunião da Comissão Técnica do Arroz

Cultivo de arroz se expande no Baixo São Francisco

De 3 a 5 de julho, técnicos e gestores de diversos estados que atuam no setor produtivo de rizicultura estarão reunidos na XIII Reunião da Comissão Técnica Regional do Arroz – Região Nordeste, que será realizada na sede do Sebrae Alagoas, em Maceió. O evento tem como objetivo discutir o cenário da produção local, expectativas e definir normas técnicas que devem reger a atividade.

Na programação estão apresentações sobre a produção de arroz nos estados do Maranhão, Ceará, Pará, Roraima, Tocantins, Paraíba, Rio Grande do Norte, Alagoas e Sergipe, além de reuniões das subcomissões para discutir sobre manejo, produção de sementes, tecnologias e desenvolvimento de cultivares.

De acordo com o secretário de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Agrário, José Marinho Júnior, o esforço atual do Governo do Estado com foco nessa cadeia produtiva é contribuir para a melhoria do desempenho econômico da produção do arroz em Alagoas e melhorar a renda dos agricultores familiares.

“Este é um evento importantíssimo que reunirá especialistas de outros estados com o intuito de discutirmos e traçarmos ações que venham fortalecer esta atividade, que já é tradição no Baixo São Francisco. Incentivar a sustentabilidade nas atividades agrícolas é preocupação do governador Teotônio Vilela e de sua equipe”, destacou Marinho. “Queremos dinamizar e revitalizar a cadeia produtiva de rizicultura do Estado de Alagoas e assim, melhorar a vida de centenas de famílias alagoanas”.

Para a gerente do escritório regional do Sebrae em Penedo, Liza Mirella Bádue, este é um momento ímpar que marca o cenário de transformação da atividade de rizicultura e é uma ação de continuidade às ações de estruturação do Arranjo Produtivo Local Rizicultura de Alagoas, criado em 2012.

“No ano passado, foi criado, pelo Governo do Estado, com o apoio de parceiros, o APL Rizicultura de Alagoas e já realizamos diagnóstico da cadeia produtiva, capacitações, entre outras ações. Como essa reunião técnica é realizada, periodicamente, em outros estados produtores, achamos por bem, desta vez, realizá-la aqui, um local que a atividade está em fase de reestruturação”, explicou Liza. “Sairemos com normas técnicas e com mais conhecimento para aplicar na realidade local. O que só traz ganhos para Alagoas”.

O evento é uma realização do governo do Estado, por meio das secretarias de Agricultura e Desenvolvimento Agrário e de Desenvolvimento Econômico, do Sebrae Alagoas e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e conta com a parceria da Rede Brasil de Arroz, Codevasf, Grupo Santana e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, além do apoio do CNPQ.

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelos telefones 3315-3658 ou 3502-8138/3551-2570, ou no dia do evento. No dia 3, a abertura está marcada para as 19h; nos dias 4 e 5 de julho, a programação começa às 8h.

Da tradição à atividade econômica

A produção de arroz é uma atividade tradicional na Região do Baixo São Francisco que vem sobrevivendo décadas, passando a cultura de geração para geração. Porém, a atividade, que antes era muito mais cultural, passa a abrir espaço para a dinamização de uma cadeia produtiva, com o propósito de gerar emprego e renda e de mudar a realidade de centenas de famílias da região.

Em 2012, ganhou força com a criação do Arranjo Produtivo Local Rizicultura e com a vinda do Grupo Santana, que, em consórcio com a Cooperativa Regional Agropecuária Vale do Itajaí (Cravil), veio reativar a Unidade de Beneficiamento de Arroz, instalada em Igreja Nova. O município concentra a maior produção de grãos em Alagoas. A unidade está em obras e deve ser reinaugurada ainda este ano.

“Este APL tem um grande diferencial porque surgiu de um pedido dos próprios produtores, e o interesse do Grupo Santana em investir vem dar força à atividade porque a expectativa é que o Grupo Santana absorva toda a produção do Baixo São Francisco como também de produtores de todo o entorno”, disse Liza Mirella”, disse a gerente do escritório regional do Sebrae em Penedo, Liza Mirella. “É uma garantia de escoamento da produção local”.

Atualmente, a região do Baixo São Francisco produz mais de 20 mil toneladas de arroz por ano, mas ainda de forma amadora. A produção atual da Cravil é de 150 mil fardos de 30 quilos de arroz por mês, 90% de arroz parbolizado e o restante de arroz branco. Com o Grupo Santana e a Cravil, a produção do arroz no Baixo São Francisco alagoano poderá superar seu principal obstáculo: a comercialização. Eles ainda vendem o grão ‘in natura’, por meio de atravessadores ou processado de forma inadequada.

“O grande desafio é organizar as associações, capacitá-las e melhorar a qualidade da produção para que elas estejam prontas para disputar no mercado. É por isso, que estamos unindo esforços para a promoção de assistência técnica aos agricultores, realização de pesquisas científicas sobre o cultivo do arroz, apoio para o beneficiamento e comercialização”, disse o secretário-adjunto da Seagri, Carlos Henrique Soares.

Ele conta que em visitas de técnicos parceiros, realizadas no ano passado, já pôde ser observado que pequenos erros de manejo faziam a diferença no produto final.  “Com a união de todos os parceiros, cada um desenvolvendo seu papel – o Sebrae com capacitação, a Seagri com distribuição de sementes e assistência técnica, a Embrapa e a Codevasf com pesquisas, consultorias, enfim, com todo mundo unido e articulado – será possível destacar a produção alagoana de arroz no cenário nacional”, finalizou o secretário José Marinho Júnior.

TAGS:

Deixe o seu comentário