24/05/2013 11h17

Fábrica da Camila é retomada no sertão

Adquirida pela CPLA, o ano de 2013 marca a volta e a vez da Camila na indústria de laticínios em Alagoas

Fábrica da Camila ainda desativada

O que durante 40 anos foi uma marca que abrilhantou a mesa dos alagoanos com seus produtos, este ano estará de volta dando sabor e incentivo à agricultura e pecuária familiar. A fábrica de produtos laticínios Camila, comprada pela Cooperativa de Produção Leiteira de Alagoas (CPLA), vai reabrir suas portas com o mesmo compromisso de valorizar a produção na região de Batalha, onde se localiza seu parque industrial.

Desde 2009, com o fechamento da fábrica da cooperativa de laticínios — a qual já teve as nomenclaturas Cila, Camil e finalmente Camila — restou um legado de dívidas, centenas de empregos dizimados e muitos dos fornecedores, mesmo no sertão, ficaram “a ver navios”. Com a aquisição feita pela CPLA, o trabalho agora é estruturar a indústria, adquirir novos equipamentos e trazer vida ao organismo estagnado durante quatro anos.

“Acima de tudo o nosso objetivo é tornar Alagoas um modelo em produção de derivados do leite no cenário brasileiro, chegando a um milhão de litros de leite por dia em toda nossa cadeia”, afirma o presidente da cooperativa, Aldemar Monteiro. Atualmente, o estado produz cerca de 350.000 litros diários, devido à seca e crise do setor. A retomada da fábrica quadragenária reacende uma tradição que unia bons produtos e exemplo de valorização da bacia leiteira.

Outro marco na evolução de mercado da CPLA, é que essa vai expandir seus projetos de fornecimento de leite por meio dos seus cooperados. “Haverá uma parceria com o mercado privado. Até agora os nossos associados só forneciam para programas sociais, de maneira institucional”, completa Aldemar.

Sobre os programas sociais, a cooperativa dará reforço a eles naquela região, a exemplo do Programa do Leite do governo federal — no qual os produtores e laticínios possuem um comprador direto do seu leite destinado à população carente — e também da metodologia Balde Cheio, iniciativa do Serviço Brasileiro de Aprendizagem de Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), que visa levar boas práticas de manejo e assistência técnica aos rebanhos.

A comemoração da retomada da Camila também vem da iniciativa pública. “Consideramos não só um incentivo à bacia leiteira, mas uma forma de oxigenar o setor industrial alagoano. Apoiamos integralmente a sua reabertura e o quanto essa ação fortalece o setor cooperativista no sertão”, avalia o secretário estadual da agricultura e do desenvolvimento agrário, José Marinho Júnior. Marinho ainda garante uma ampliação das políticas públicas de apoio e comprometimento na pecuária leiteira.

Além da Seagri, a empreitada conta com o apoio de entidades como a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas (Faeal) e Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado de Alagoas (Fetag-AL), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e do Ministério do Desenvolvimento Agrário.

Com o planejamento de retomar as atividades até o fim de 2013, sua reabertura irá conduzir a geração de 100 empregos diretos, fornecimento que beneficia três mil produtores de leite e faturamento que pode atingir a marca de 12 milhões por mês. “Ainda temos planos de fazer 500 ‘ propriedades-modelo’ e tirar muitos produtores da linha de pobreza”, garante Aldemar Monteiro.

Para os consumidores, fica a expectativa de, em breve, ter disponível nas prateleiras de supermercados produtos como leite em pó, queijos, manteiga e iogurte da marca Camila. Modificou-se a gestão, mas a CPLA promete manter o alto valor agregado ao longo de 40 anos.

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