16/05/2012 16h49

Preço defasado do leite põe em risco Programa Social em Alagoas, adverte presidente da CPLA

Cooperativa protocolou documento no Palácio da República dos Palmares solicitando audiência com governador

Presidente da CPLA, Aldemar Monteiro, recebendo ligações dos produtores rurais preocupados com a seca e a defasagem no preço do leite

Valdi Junior/VALOR MERCADO

O presidente da Cooperativa de Produção Leiteira em Alagoas (CPLA), Aldemar Monteiro, protocolou hoje, quarta-feira, 16, no Palácio República dos Palmares, documento solicitando reunião de emergência dos produtores de leite associados à entidade com o governador Teotonio Vilela Filho, com a seguinte pauta: reajuste no preço do leite fornecido ao Programa do Leite do Estado.

Monteiro diz que o preço atual de R$ 0,86/litro de leite pago ao produtor integrante do Programa do Leite está motivando muitos produtores a abandonarem o programa e optarem por entregar o produto aos grandes laticínios. “E o fator principal para a debandada dos pecuaristas é o preço”. As maiores indústrias de laticínios, a exemplo da Bom Gosto e Batavo instalados em Pernambuco, estão pagando acima de R$ 0,90/litro/leite.

Essa política de conquistar o produtor alagoano pelo preço está surtindo efeito, principalmente, entre os pequenos, declara Monteiro. Como o valor de R$ 0,01 (um centavo) faz toda a diferença, ele diz que o agricultor familiar não pensa duas vezes na hora de mudar. “Deixa de fornecer aos laticínios comprometidos com o Programa do Leite e passa a entregar as grandes indústrias”.

Esse movimento tem crescido nas últimas semanas, o que tem ocasionado a diminuição do volume de leite nos laticínios alagoanos.

E ainda há outro fator agravante, neste ano de 2012: o efeito da longa estiagem que provoca aumento nos gastos com insumos e consequentemente diminui a rentabilidade da propriedade rural. O pequeno produtor João Augusto, do município de Cacimbinhas, fala que os custos da fazenda vêm aumentado com a seca. A cada dia que se passa sem chuva, aumentam as despesas.

Custo de produção

Estudos do Sebrae Alagoas apontam que a remuneração digna para o produtor de leite é de R$ 1,00/litro. E os pequenos laticínios integrados ao Progama do Leite deveriam receber R$ 1,80/litro; valor suficiente para cobrir os custos de operação e manutenção e torná-lo autossustentável.

Se não for tomada nenhuma providência, os laticínios alagoanos vão fechar as portas devido à concorrência desleal das grandes indústrias e a queda abrupta na produção em decorrência da seca. As duas variáveis já provocaram o fechamento do Laticínio de Ibateguara.

A CPLA vem lutando para os produtores rurais não deixarem de fornecer leite ao Programa do Leite, que teve papel decisivo na recuperação do preço da matéria prima e no combate à mortalidade infantil no Estado. No entanto, esclarece o presidente da CPLA, está sendo difícil diante da pressão dos grandes grupos de laticínio que conquista o agricultor pelo bolso.

Em razão desse atual quadro, a CPLA em parceria com a Federação da Agricultura do Estado de Alagoas (Faeal), Associação dos Criadores de Animais (ACA), Sindicato dos Produtores de Leite (Sindleite), Federação de Agricultura do Estado de Alagoas (Fetag) e da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (Fiea), vem solicitar ao Governo do Estado uma nova política de realinhamento no preço do leite para garantir  o Programa do Leite, considerado essencial para o desenvolvimento social e econômico de Alagoas.

 

 

 

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